CRÔNICA
A crônica é um texto de caráter reflexivo e interpretativo, que parte de um assunto do quotidiano, um acontecimento banal, sem significado relevante.
A crônica é um texto de caráter reflexivo e interpretativo, que parte de um assunto do quotidiano, um acontecimento banal, sem significado relevante.
É um texto subjetivo, pois apresenta a
perspectiva do seu autor, o tom do discurso varia entre o ligeiro e o polêmico,
podendo ser irônico ou humorístico.
É um texto breve e surge sempre assinado numa
página fixa do jornal.
CARACTERÍSTICAS DA CRÔNICA
O discurso
Texto geralmente curto e inteligível (de
imediata percepção);
Apresenta marcas de subjetividade – discurso na 1ª e 3ª pessoa;
Apresenta marcas de subjetividade – discurso na 1ª e 3ª pessoa;
Pode comportar diversos modos de expressão,
isoladamente ou em simultâneo:
- narração;
- descrição;
- contemplação;
- comentários;
- reflexão.
Linguagem com duplos sentidos / jogos de
palavras / conotações;
Utiliza a ironia;
Registro de língua corrente ou cuidado;
Discurso que vai do oralizante ao literário;
Predominância da função emotiva da linguagem
sobre a informativa;
Vocabulário variado e expressivo de acordo com
a intenção do autor;
Pontuação expressiva;
Emprego de recursos estilísticos.
A temática
Aborda aspectos da vida social e cotidiana;
Transmite os contrastes do mundo em que vivemos;
Apresenta episódios reais ou fictícios.
(A crônica pode ser política, desportiva, literária, humorística, econômica, mundana, etc.)
FONTE: http://apoioptg.blogspot.com.br/2007/04/caractersticas-da-crnica.html
Exemplos de Crônicas:
1 - CRÔNICA ENGRAÇADA
Minha mulher e eu temos o
segredo para fazer um casamento durar:
Duas vezes por semana, vamos a um ótimo restaurante, com uma comida gostosa, uma boa bebida e um bom companheirismo. Ela vai às terças-feiras e eu, às quintas.
Duas vezes por semana, vamos a um ótimo restaurante, com uma comida gostosa, uma boa bebida e um bom companheirismo. Ela vai às terças-feiras e eu, às quintas.
Nós também dormimos em camas separadas:
a dela é em Fortaleza e a minha, em SP.
Eu levo minha mulher a todos os
lugares, mas ela sempre acha o caminho de volta.
Perguntei a ela onde ela
gostaria de ir no nosso aniversário de casamento, “em algum lugar que eu não
tenha ido há muito tempo!” ela disse. Então, sugeri a cozinha.
Nós sempre andamos de mãos
dadas…Se eu soltar, ela vai às compras!
Ela tem um liquidificador, uma
torradeira e uma máquina de fazer pão, tudo elétrico. Então, ela disse: “nós
temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra sentar”. Daí, comprei pra ela
uma cadeira elétrica.
Lembrem-se: o casamento é a
causa número 1 para o divórcio. Estatisticamente, 100 % dos divórcios começam
com o casamento.
Eu me casei com a “senhora
certa”. Só não sabia que o primeiro nome dela era “sempre”.
Já faz 18 meses que não falo com
minha esposa. É que não gosto de interrompê-la.
Mas, tenho que admitir: a nossa
última briga foi culpa minha.
Ela perguntou: “O que tem na
TV?”
E eu disse: “Poeira”.
Fonte: http://www.refletirpararefletir.com.br/4-cronicas-de-luis-fernando-verissimo
2 –
INIMIGOS
“O apelido de Maria Tereza, para Norberto, era ‘Quequinha’. Depois do casamento, sempre que queria contar para os outros uma de sua mulher, o Norberto pegava na sua mão, carinhosamente, e começava:
- Pois
a Quequinha...
E a
Quequinha, dengosa, protestava:
-Ora,
Beto!
Com o
passar do tempo o Norberto deixou de chamar a Maria Tereza de Quequinha. Se ela
estivesse ao seu lado e ele quisesse se referir a ela, dizia:
-A mulher aqui...
-A mulher aqui...
Ou, às
vezes:
-Esta
mulherzinha...
Mas
nunca mais Quequinha.
(O
tempo, o tempo. O amor tem mil inimigos, mas o pior deles é o tempo. O tempo
ataca o silêncio. O tempo usa armas químicas.)
Com o
tempo, Norberto passou a tratar a mulher por Ela.
-Ela
odeia o Charles Bronson.
-Ah,
não gosto mesmo.
Deve-se
dizer que o Norberto, a esta altura, embora a chama-se de Ela, ainda usava um
vago gesto de mão para indicá-la. Pior foi quando passou a dizer ‘essa ai’ e a apontava
com o queixo.
- Essa
aí...
E
apontava com o queixo, até curvando a boca com um certo desdém.
(O
tempo, o tempo. Tempo captura o amor e não o mata na hora. Vai tirando uma asa,
depois cura.)
Hoje,
quando quer contar alguma coisa da mulher, o Norberto nem olha na direção. Faz
um meneio de lado com a cabeça e diz:
-
Aquilo...
FONTE: http://pensador.uol.com.br/inimigos_de_luiz_fernando_verissimo/
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